A Importância da Comunicação entre Profissionais de Saúde e Famílias

27/9/2024

A importância da família no tratamento do paciente

A rede de apoio, seja ela qual for o tipo de arranjo e qual tipo de família, é essencial para uma boa recuperação do paciente, pois são uma fonte de motivação e de suporte para atender as necessidades que o paciente pode vir a ter que não são contempladas pela equipe de saúde. Neste sentido, é importante que a família tenha clareza e consciência do quadro clínico do paciente, compreenda o estágio da doença, tenha possibilidade de avaliar quais são as estratégias que podem ser necessárias diante de diferentes contextos que podem se desdobrar.

As doenças terminais são as mais impactantes em todos os aspectos da vida do paciente, pois causam um impacto não apenas físico e emocional, mas confrontam a ideia de finitude e podem proporcionar maior sensação de desamparo. Neste sentido, a família tem papel fundamental para garantir que o paciente tenha motivação e encontre sentido em realizar os tratamentos necessários para a recuperação, para realizar as atividades que são definidas pela equipe de saúde e para evitar um quadro de depressão que possa se agravar.

Apesar disso, nem sempre é fácil a família se manter positiva e motivada para oferecer o suporte que o paciente precisa, visto que a dinâmica familiar sofre impacto e pode gerar diversos sentimentos complexos, como ansiedade, medo e angústia e esse é o principal motivo de uma equipe médica alinhada com a rede de apoio, para garantir que a família possa ser acompanhada e evitar interferências emocionais que possam impactar de forma negativa o tratamento do paciente.

Os desafios da comunicação entre profissionais de saúde e a família

A comunicação entre profissionais de saúde e as famílias dos pacientes enfrenta diversos desafios que podem impactar o cuidado e o bem-estar de todos os envolvidos. Um dos principais obstáculos é o estresse emocional que as famílias vivenciam em momentos de vulnerabilidade, como quando lidam com uma doença grave ou situações de incerteza sobre o estado do paciente. Isso pode gerar ansiedade, medo e até desentendimentos, dificultando a assimilação de informações importantes. Além disso, os profissionais de saúde, muitas vezes sobrecarregados com a demanda de trabalho, podem ter dificuldades em dedicar o tempo necessário para uma comunicação mais cuidadosa e atenciosa, o que pode deixar a família sem o suporte adequado ou com dúvidas não esclarecidas.

Outro desafio está na linguagem usada durante as conversas. O uso de jargões médicos pode confundir as famílias, que podem não ter familiaridade com termos técnicos e, por isso, acabar mal interpretando informações críticas sobre o tratamento ou o estado do paciente. Também existem barreiras culturais e linguísticas que podem afetar a comunicação, especialmente em ambientes onde há grande diversidade de pessoas. Nessas situações, valores e crenças diferentes podem influenciar na forma como as informações são recebidas e compreendidas. Superar essas barreiras exige, dos profissionais de saúde, uma abordagem mais empática e acessível, garantindo que as famílias se sintam ouvidas e bem-informadas.

Comunicação clara entre profissionais da saúde e família

Os profissionais de saúde atualmente, e cada vez mais os estudos avançam neste sentido, têm buscado atender os pacientes através do seu caráter biopsicossocioespiritual, visto que somos seres compostos por aspectos biológicos, psicológicos, sociais, mas atualmente leva-se em consideração também o aspecto espiritual, não necessariamente ligado aos dogmas religiosos, mas como um aspecto subjetivo da vida que é relevante, principalmente no tratamento oncológico e de cuidados paliativos.

Sendo assim, os profissionais de saúde devem levar em consideração muitos aspectos que vão além do diagnóstico da doença e o seu prognóstico, mas avaliar o contexto de vida do paciente, a dinâmica familiar, a fim de poder garantir maior condição de oferecer o suporte que o paciente e a sua rede de apoio precisam, por este motivo, a equipe é composta com profissionais de diversas áreas, onde o acompanhamento dos familiares fica ao encargo da equipe psicossocial de saúde, em que a comunicação deve ser clara, sem uso de termos técnicos que podem dificultar a compreensão da família, e com respeito da sua trajetória de vida.

A comunicação com a família é importante para delimitar quais são as necessidades do paciente, a fim de avaliar quais são as estratégias que devem ser adotadas, além de identificar quais são as intervenções necessárias para a família, os encaminhamentos para outros serviços que podem ser pertinentes e orientar formas de lidar com a vivência da doença, como o encaminhamento para grupos de apoio.

A comunicação com foco na advocacy do paciente

Os profissionais de saúde têm como tarefa importante a garantia dos desejos do paciente, onde em alguns casos, as decisões podem não ir de acordo com as decisões familiares por diversos motivos, onde uma comunicação clara deve respeitar os direitos e os desejos do paciente.

Os profissionais de saúde devem agir com foco na advocacy do paciente, a fim de com foco na garantia dos direitos e desejos do paciente, pois em alguns casos, um exemplo é que a rede de apoio pode solicitar que o diagnóstico seja omitido do paciente, a fim de evitar maior sofrimento. Esse é um desejo genuíno de preocupação, com foco em preservar a saúde emocional do paciente, de forma que deve ser trabalhada essa preocupação junto da família, a fim de orientar que o enfrentamento do diagnóstico do paciente é essencial para um tratamento mais eficaz, com maior clareza da sua condição de saúde, da adesão dos tratamentos necessários e conhecimento dos efeitos colaterais que podem surgir.

Para garantir que essa comunicação seja efetiva, clara e sensível, é necessário que os profissionais de saúde tenham uma abordagem humanizada, com foco no cuidado integral do paciente, e com uma linguagem clara e respeitosa que considere os tempos de intervenção e com caráter empático.

Dicas do Revitare para melhorar a comunicação entre profissionais de saúde e familiares

Fizemos aqui uma lista com diversas estratégias que podem ajudar nessa relação entre a equipe a os familiares, confira abaixo:

Utilizar linguagem simples e acessível – Evitar termos técnicos ou jargões médicos sem explicação.

Praticar a escuta ativa – Ouvir atentamente as preocupações e perguntas das famílias sem interrupções.

Oferecer resumos claros – Ao final de cada conversa, fazer uma breve recapitulação das informações.

Adaptar o tom de voz – Usar um tom calmo e tranquilizador, especialmente em situações delicadas.

Estar disponível para perguntas – Incentivar as famílias a fazerem perguntas e garantir tempo para respostas.

Mostrar empatia – Reconhecer as emoções dos familiares, validando suas preocupações e medos.

Manter contato visual – Demonstra atenção e respeito durante a conversa.

Fornecer materiais de apoio – Entregar folhetos, guias ou vídeos explicativos sobre o estado do paciente ou tratamento.

Ser honesto e transparente – Não esconder informações difíceis, mas apresentá-las de maneira sensível.

Revisar a compreensão – Perguntar à família se entenderam as informações e pedir para repetirem o que foi discutido.

Oferecer atualizações regulares – Manter as famílias informadas sobre o estado do paciente, mesmo que não haja grandes mudanças.

Adequar o ambiente – Procurar um espaço calmo e privado para discussões importantes.

Usar ferramentas visuais – Diagramas ou imagens para explicar procedimentos médicos complexos.

Respeitar as diferenças culturais – Estar atento às práticas, crenças e costumes de cada família.

Oferecer opções de contato – Dar à família a oportunidade de entrar em contato caso surjam mais dúvidas após a conversa.  

A escolha de um local para cuidar do seu familiar e da sua família

É importante ter em consideração que, na hora de escolher um lugar para depositar a confiança dos cuidados do seu familiar, esse espaço precisa ser um espaço acolhedor, capaz de oferecer mais do que um tratamento de saúde, mas uma experiência de acolhimento neste momento difícil da vida da família.

O Revitare é o primeiro hospital de transição de Campinas, especializado em reabilitação e cuidados paliativos, onde oferece todo o cuidado do hospital, com o carinho de uma casa. Venha visitar a nossa unidade e se encantar com o trabalho que é realizado pelos nossos profissionais!