Cuidados Paliativos: alívio do sofrimento e qualidade de vida

15/8/2024

Quando alguém recebe o diagnóstico de uma doença severa, esse é um momento que necessita de muito acolhimento, com estratégias que vão muito além do tratamento da doença, mas também do processamento sobre essa nova fase de vida, as adaptações que precisam ser realizadas, além de suporte para alcançar o sucesso do tratamento necessário.


A intervenção em cuidados paliativos é uma abordagem que visa o conforto, o bem-estar e o apoio ao paciente que vivencia uma doença, para alívio do seu sofrimento, com uma identificação precoce do diagnóstico, além de oferecer suporte para a rede de apoio do paciente.


Em muitos casos é possível que esse seja um tratamento utilizado para cuidados em fim de vida, quando os tratamentos já possuem uma menor eficiência, diante de um estado mais avançado, mas os cuidados paliativos nunca devem se resumir apenas ao tratamento final da vida, ele deve ser incluído em todo e qualquer tratamento de alta complexidade, pois o fim da vida nos cuidados paliativos não é visto como uma derrota da vida sobre a morte, mas sim como um processo natural que não deve ser acelerado e nem adiado.

Qual é o momento certo para dar início nos cuidados paliativos?

Diante de um diagnóstico precoce, os cuidados paliativos têm uma atuação muito mais eficiente, é fundamental evitar o adiamento da inclusão deste tratamento, pois ele tem como foco o controle da dor, a fim de oferecer diferentes intervenções para diminuir o sofrimento, de forma a serem complementares ao tratamento de saúde da doença, com um foco holístico e mais direcionado para a vivência humana daquela condição de saúde, ou seja, na experiência vivenciada pela pessoa.


Vamos apresentar alguns contextos em que os cuidados paliativos podem ser incluídos:

• Doenças Crônicas e Complexas: Doenças como DPOC, insuficiência cardíaca, doença renal crônica e HIV/AIDS podem beneficiar dos cuidados paliativos mesmo quando o objetivo não é curar a doença, mas sim controlá-la. Por exemplo, em pacientes com insuficiência cardíaca avançada, os cuidados paliativos podem ajudar a manejar a dispneia, dor e cansaço, permitindo que o paciente viva melhor enquanto segue com o tratamento convencional.
• Câncer: Em pacientes com câncer, os cuidados paliativos podem ser introduzidos desde o diagnóstico, especialmente em casos em que o tratamento envolve quimioterapia, radioterapia ou cirurgia, que podem causar efeitos colaterais significativos. Os cuidados paliativos ajudam a controlar sintomas como dor, náuseas, fadiga e ansiedade, melhorando a adesão ao tratamento e a qualidade de vida.
• Pediatria: Em pediatria, os cuidados paliativos são essenciais para crianças com doenças graves, como distúrbios genéticos, câncer infantil ou doenças neurológicas graves. A abordagem não só melhora o bem-estar da criança, mas também fornece suporte contínuo para a família, ajudando na tomada de decisões complexas e na gestão do estresse emocional.
• Recuperação Pós-Cirúrgica e Trauma: Pacientes que passaram por cirurgias maiores, como transplantes de órgãos ou cirurgias cardíacas, podem enfrentar dor significativa, ansiedade e complicações pós-operatórias. Os cuidados paliativos atuam no manejo desses sintomas e na promoção de uma recuperação mais suave. Por exemplo, um paciente que passa por uma cirurgia de câncer de pâncreas pode receber cuidados paliativos para controlar a dor pós-operatória, enquanto aguarda a recuperação e segue com tratamentos adjuvantes.
• Cuidados no Contexto de Reabilitação: Pacientes que estão em processo de reabilitação após eventos graves, como um AVC, lesão medular ou trauma grave, podem necessitar de cuidados paliativos temporários. Esses cuidados ajudam na adaptação às novas limitações, manejo da dor crônica e no suporte emocional, tanto para o paciente quanto para a família.

Os cuidados paliativos na prática: uma abordagem interdisciplinar

Uma visão interdisciplinar é uma visão que integra diferentes áreas do saber com um mesmo fim: oferecer o melhor atendimento personalizado ao paciente, com foco nas duas demandas, com inclusão da sua rede de apoio e respeitando as suas decisões e os seus desejos. Algumas dessas práticas são:

• Avaliação contínua: o monitoramento dos sintomas poderá oferecer para a equipe um panorama geral do avanço do tratamento, da melhoria ou da necessidade de novas estratégias para cada paciente.
• Manejo da dor: o grande desafio do paciente é um dos focos deste tipo de tratamento, com usos holísticos tanto de tratamentos farmacológicos como não-farmacológicos, a fim de oferecer uma experiência de alívio do sofrimento de forma altamente individualizado.
• Suporte emocional, psicológico e espiritual: o suporte integral ao paciente tem como foco garantir a gestão das emoções perante a doença, além de oferecer suporte para a sua rede de apoio, com objetivo de fortalecer as relações e melhorar a qualidade de vida do paciente.
• Comunicação compassiva e planejamento antecipado dos cuidados: a comunicação honesta é o pilar fundamental dos cuidados paliativos, para garantir o acolhimento e a conscientização do paciente sobre as suas possibilidades, além de oferecer suporte para as suas escolhas, além de ser possível avaliar quais tipos de tratamento o paciente deseja ou não deseja receber, e a nomeação de um representante de saúde (um membro da família ou amigo de confiança) que possa tomar decisões em nome do paciente, se necessário.
• Suporte à família: a rede de apoio do paciente é um aspecto importante da vida e do tratamento realizado, pois são a base de confiança para realizar o tratamento e enfrentar a doença, de forma que a equipe também acompanha os familiares para educar e apoiar de diferentes formas, ajudando-os a entender a doença, o que esperar e como cuidar de seu ente querido. Isso pode incluir desde instruções sobre como administrar medicamentos até como lidar emocionalmente com a progressão da doença.

Além disso, O apoio à família continua mesmo após o falecimento do paciente. Os cuidados paliativos incluem serviços de apoio ao luto, como grupos de apoio, aconselhamento individual e recursos comunitários que ajudam a família a lidar com a perda.

O trabalho do cuidado paliativo em um Hospital de Transição

O tratamento de cuidados paliativos em um Hospital de Transição envolve a continuação do cuidado médico intensivo, focando no conforto e na qualidade de vida do paciente em um ambiente que serve como ponte entre o hospital tradicional e o cuidado domiciliar. Esse é um espaço projetado para pacientes que não precisam mais dos recursos intensivos de um hospital geral, mas que ainda necessitam de cuidados médicos e suporte contínuos.

• Controle de Sintomas e Alívio do Sofrimento: O principal objetivo é o manejo eficaz dos sintomas, como dor, falta de ar, náuseas, fadiga e outros desconfortos associados a doenças graves. Os profissionais de saúde trabalham para estabilizar a condição do paciente e melhorar sua qualidade de vida, permitindo que ele possa ser transferido para casa ou para um hospice, se necessário.
• Planejamento e Coordenação de Cuidados: Em um Hospital de Transição, os cuidados paliativos também incluem o planejamento e a coordenação de cuidados continuados. A equipe trabalha em estreita colaboração com o paciente, sua família e outros profissionais de saúde para desenvolver um plano de cuidado que pode ser seguido após a alta.
• Apoio Emocional e Psicológico: Como em qualquer configuração de cuidados paliativos, o suporte emocional e psicológico é essencial. O ambiente de transição pode ser desafiador para o paciente e a família, e a equipe de cuidados paliativos oferece suporte contínuo para ajudar a lidar com a ansiedade, o estresse e o medo associados à mudança de ambiente e à incerteza do prognóstico.

O Revitare é um espaço pensado para oferecer todo o conforto da casa com os cuidados de um hospital, não apenas com um quarto preparado especialmente para o paciente, mas com espaços de convívio como o jardim sensorial, a sala de cinema, o salão de beleza, assim como a sala de suporte para a família. A concepção do Revitare não é de trazer apenas mais anos de vida para os pacientes, mas de trazer mais vida aos anos com foco na disposição do bem-estar, com manejo individualizado e pensado para a melhoria da sua condição de saúde.

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